Alex Carolino, NollieHeelFlip Over the Gap
De quando iniciei minha jornada como fotógrafo, principalmente com skate e esportes de ação, o grande desafio sempre foi de obter o melhor resultado ao congelar a imagem, principalmente em dias de sol forte. Por mais que um flash faça esse trabalho, a limitação de velocidade de sincronismo das câmeras fazem com que geralmente a luz artificial não seja suficiente para congelar completamente o movimento, deixando um leve rastro na ação, o que me incomodava muitas vezes. Além do mais, ficar escravo da velocidade do obturar fazia com que houvesse uma limitação ao explorar a profundidade de campo.
Há cerca de dois anos adquiri o sistema de Transmissão Wireless TTL da renomada marca PocketWizard. Quando inventada, ideia do TTL trouxe novos horizontes no que se diz respeito ao sincronismo entre câmeras e Off-Flash, ou seja, sistemas de iluminação fora da câmera, em tripês, ou o que fosse. Os equipamentos da PocketWizard sempre responderam muito bem as expectativas em HyperSync, ou sincronismo em alta velocidade, porém esse novo mundo de sincronismo permanecia, ou permanece, ainda um tanto obscuro, pois as variações entre equipamentos são muitas, necessitando assim testes e mais testes entre câmeras e flashs para que se chegue há algum resultado satisfatório.
Por mais que estudasse configurações, artigos falando sobre o tema, ainda não havia obtido um resultado 100% satisfatório. Em altas luzes até estava feliz com o que havia obtido, pois a luz do sol fazia com o que o único contraponto se escondesse, um leve gradiente preto ao pé da imagem que insistia em aparecer, aumentando gradativamente a cada ponto de velocidade do obturador.
Há poucas semanas me deparei com a notícia de que a PocketWizard havia soltado uma nova versão de Firmware Beta com significativas melhoras no sistema de HyperSync. Na primeira oportunidade atualizei todas minhas unidades (MiniTT, FlexTT5 e PowerMC2) e as levei para as ruas para um primeiro teste. E como ultimamente tenho recebido diversas mensagens com dúvidas referentes aos equipamentos da PocketWizard e principalmente sobre sincronismo em alta velocidade, decidi criar esse post comentando um pouco sobre essa tecnologia e minhas primeiras impressões sobre o que há de atual.
Quantum T5dR + FlexTT5
O skatista profissional Alex Carolino me chamou para uma sessão de imagens e fotos nas ruas de Curitiba e aproveitei que o dia estava limpo, com um forte sol e céu azul para fazer esse primeiro teste com o novo Firmware. Começamos a fotografar a cerca de 11hrs da manhã, com o sol a pino, brilhando forte na cena. Pelas minhas experiências até então, percebi que o problema de congelamento de ação se dava principalmente quando estava utilizando lente Fisheye e o objeto se movia perpendicularmente em relação a câmera.
Para a foto de teste levei o equipamento ao extremo. Não alterei nenhuma configuração padrão do novo Firmware. Configurei a câmera (Nikon D800) para velocidade máxima, 1/8000th, com abertura f2.8 e ISO 200. Acoplado na câmera um Transmissor PocketWizard MiniTT1 com um Flash Nikon Sb910 em modo Master para luz de preenchimento. A esquerda da imagem coloquei meu Flash Quantum T5dR conectado em um receptor PocketWizard FlexTT5 via adaptador TTL. Na direita da imagem e em ponto mais crítico de luz (pois estava ao extremo do sol) coloquei meu Einstein 640W com receptor PowerMC2. Todos Flash em carga máxima, o que favorece há um melhor resultado de luz em toda a cena. Transcorremos a sessão como qualquer outra sessão de skate, erros e acertos, além de muitas risadas e recompensa no final.
Já de primeira mão pude perceber que os resultados haviam melhorado consideravelmente, pois o gradiente preto simplesmente havia desaparecido, mesmo usando uma velocidade tão alta no obturador. Ao verificar as imagens no computador, observei que pela configuração padrão, os meus PockerWizards estavam configurados exatamente para eliminar esse gradiente na imagem. Pois de acordo com o novo Firmware agora há duas opções (“Reduced Clipping” para eliminar o gradiente e “Highest Energy” para garantir uma maior potência do flash, porém com a possibilidade de gradiente na imagem).
Acertado na escolha, mesmo que não tenha sido minha, de usar o “Reduced Clipping”, senti que esse novo Firmware era exatamente o que eu precisava para fotos de ação, seja de skate ou outros esportes. Agora apenas no aguardo da versão final que acredito que venha com mais melhorias.
Não tenho uma didática muito boa para explicar as coisas, mas acredito que esse rápido teste pode ajudar a quem está com dúvidas sobre o HyperSync, visto que agora ele ficou ainda mais intuitivo e automatizado.
Ficha técnica: Câmera Nikon D800 com Lente FishEye 16mm Velocidade: 1/8000 Abertura: f/8 ISO: 200 Strobes: Einstein E640W, Quantum T5dr e Nikon Sb91
Wireless Transmiter: PocketWizard System (MiniTT1, FlexTT5 e PowerMC2)
As imagens abaixo podem ainda explicar mais sobre a sessão que culminou nesse primeiro teste.
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