Tenho sentido uma frieza no ar, uma tristeza eloquente, uma dúvida, uma revolta, uma surpresa ingrata. Perder alguém não é nada fácil, ainda mais de forma inesperada. Nós skatistas e amantes do hip-hop perdemos um importante membro da nossa cultura, além de um grande ídolo, uma grande pessoa, um cara que sinto que fazia música pelo mesmo motivo que saio de casa para fazer uma foto, simplesmente pelo amor naquilo que fazia.
Uma perda dessa, assim, nos deixa incrédulos e um tanto quanto pensativos em o que é viver, qual a importância de aproveitar a vida como se cada dia fosse o último? Qual a real importância de se fazer o que realmente gosta, de trabalhar com o que mais se ama, de conviver com quem mais se ama?
Infelizmente não pude conhecer o dj Primo mais afundo, não estabeleci uma amizade com ele, apenas alguns encontros e papos rápidos, mas sei da importância que ele teve sobre seu meio e sinto na pele a tristeza que paira sobre o skate, pelo menos pelos que o conheciam.
As vezes me pergunto, o que mais vale na vida? Amores? Trabalho? Amigos? Família? Simplesmente viver? Se dedicar a algo ou alguém? Ser feliz? Ou tudo ao mesmo tempo? Com certeza a resposta mais correta seria poder viver em harmonia com todas as alternativas, embora isso seja muito difícil pelo ritmo em que comandamos nossas vidas. Poder equilibrar esses pontos seria o ápice daquilo que sempre procuramos, a satisfação pessoal em viver, porém a tarefa de agradar a gregos e troianos nem sempre, ou quase nunca, é fácil. De uma forma ou outra esses pontos se chocam e abençoados aqueles que descobrem o caminho do equilíbrio entre esses elementos.
Parar pra pensar em como estamos lidando como nossas vidas é uma boa pedida para que não haja arrependimentos de ter ou não feito certas coisas, ter uma vida séria em busca de um ideal próprio é muito interessante, mas não se pode esquecer de um elemento básico, viver, e não apenas sobreviver, é realmente fazer valer a pena e/ou apenas parar de complicar as coisas.
Carpe Diem…
Let’s Live…
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