Como todos skatistas, fotógrafos e videomakers devem sentir, está cada vez mais difícil achar um pico de rua em que a sessão se desenrole tranquilamente, sem polícia ou gente mal educada nos expulsando pior do que cachorro, principalmente aqui no Brasil que os picos são absurdamente excassos, o que dirá de Curitiba?!? Curitiba, que tem seus moradores tradicionalmente conhecidos como fechados e mal educados, se torna pior ainda de se fotografar na rua. Quando acontece um caso em que o dono de um certo estabelecimento deixa a gente fotografar e, além disso, gosta daquilo estar acontecendo ali, ao vivo na sua frente, fico impressionado. Quande isso acontece, me emplogo mais em fotografar, em sair por aí sem destino e achar um pico novo. Não consigo compreender o que se passa na cabeça de uma pessoa que vê um grupo de skatistas com um fotógrafo com um circo armado com vários flash e um videomaker e acha que essas pessoas estão ali apenas por bagunça, ou que estão estragando algo. Ok, pode acontecer de o skate danificar algo, mas nada que uma acerto não resolva. Me recodo certa vez que o skate do Gugu quebrou a lajota de uma escada em uma churrascaria, na qual foi acertado com o dono na hora o problema e o gugu pagou pelo estrago. Por que não poderia ser tão simples assim? Sempre me pergunto isso quando. Mas é assim né, mundo capitalista e sociedade com cabeça de amendoin que só pensam no próprio nariz.
Hoje fiquei feliz, ao ser chamado pra uma sessão pelo Mizael Simão para ir num pico novo, logo pensei em como seria bom se fosse um pico sem problemas. Peguei o Vitor, irmao do Mizael, em casa e fui até o pico onde o Mizael já estava me esperando junto com o Michell Simonetto. Pico style, do lado da rodovia e, pra minha surpresa, o dono da casa estava ali olhando tudo e curtindo, curtindo todos os equipamentos, as manobras, as fotos que olhou na câmera.
Que um dia todas as pessoas sejam assim, vivendo simplesmente e curtindo as novidades. Em busca de um mundo melhor.
_Pablo Vaz