Muita gente me pergunta: Como publicar uma foto em uma revista?!? Como entrar no mercado de fotografia, principalmente de skate?!? Com quem falar?!?
O que percebo com tantas questões e com o tipo de questões é que a grande maioria acha que o caminho das pedras é simples, que basta comprar uma câmera, sair pro rolê, fazer uma foto “boa”, conseguir o contato de um editor de revista, ver sua foto publicada, passar a conta do banco e sair pra comemorar com os brothers.
Bom, esse caminho é até fácil se o tal “fotógrafo” não sabe se valorizar e decide inflar seu ego para ter sua foto publicada apenas pelos créditos em determinada revista. Sim, ter os créditos em uma publicação que você tanto admira é muito bom, mas não paga as contas e pior, estraga todo um mercado.
Publicar uma foto em uma revista qualquer não é um bicho de sete cabeças mas, a partir do momento em que você valoriza seu trabalho, seu tempo e, principalmente, seu nome, esse processo pode ser tornar mais demorado e as vezes é necessário esperar para ver tal foto finalmente estampada…
E é nesse contexto que entra essa foto do Evandro Gringo, publicada na última edição da Revista CemporCentoSkate #192.
Esse “pequeno” Ollie foi registrado no mês de julho do ano passado (2014) e eu já poderia ter publicado ela há um bom tempo em alguns locais, tanto impressos, quanto digitais, mas por apenas créditos com meu nome. Ou seja, ela se manteve guardada por mais de um ano, apesar de ser talvez uma das minhas fotos favoritas que fiz ano passado. Mas finalmente está ali, estampada em página dupla, com todos os protocolos corretos, com todos os envolvidos sendo valorizados e ganhando por seus respectivos trabalhos. (Obrigado CemporCentoSkate)
Ponto.
Mas, agora, mudando de assunto, quero falar um pouco sobre essa foto e sobre um fator que quase sempre temos que lidar quando estamos na rua ou, principalmente, em ambientes particulares… Os tais seguranças….
Essa escada já estava nos meus planos há muitos anos. Ali funciona uma universidade aqui em Curitiba, mas atualmente esse prédio está judicialmente fechado. Quando chegamos no local (Eu, mais o John Anderson, o Angelo Manjo e o Evandro Gringo) havia um carro de segurança particular com dois guardas exatamente no local onde o Gringo teria a possibilidade de pular a escada.
Após uma breve conversa com os seguranças (sempre mais aconselhável conversar pacificamente com qualquer segurança, mostrar seu ponto de visão e entrar em um acordo), tivemos de esperar para conseguir o aval da chefia e, enquanto isso eles saíram para fazer a ronda. Momento perfeito, com a saída do carro da frente da escada, tivemos tempo de executar apenas UMA tentativa. Isso mesmo, foi apenas uma tentativa para irmos embora sem ainda nem ter a resposta da chefia, mas com a manobra concluída, filmada e fotografada. Santa burocracia.
Pela necessidade ser o mais ágil possível, montei apenas dois Flash para iluminar a cena, já que o dia estava péssimo e pelo que me recordo, ainda caía uma leve garoa de tempos em tempos. Um Flash (Elinchrom Ranger RX) foi colocado logo a frente da escada) e o outro (Einstein 640W) escondi acima da escada amarrado atrás da coluna com um cadarço, pois não havia espaço para deixar o tripé montado.
A escolha pela lente mais aberta foi para valorizar a arquitetura do prédio e também a imensidão da escada. Usei ainda a tecnologia HyperSync para sincronizar os flashs em uma velocidade maior do que a habitual das câmeras e assim conseguir congelar o moment com maior exatidão.
Ficha Técnica: Manobra: Ollie Local: Curitiba Câmera: Nikon D800 com Transmissor PocketWizard Mini TT1 Lente: Nikon 24-70 f/2.8 em 24mm Velocidade: 1/500s Abertura: f/6,3 ISO:200
Iluminação: Luz principal (a esquerda) Elinchrom Ranger RX Head A com Receptor Pocketwizard PowerST4 Luz secundária (a direita acima da escada) Paul C Buff Einstein 640W com Receptor Pocketwizard PowerMC2
Ainda não sabemos se a autorização foi dada ou não, mas a foto está aí, após um pouco mais de um ano, publicada!